domingo, fevereiro 07, 2010

Conhecimento e a racionalidade científica e tecnológica (continuação...)



· Kant contrapõe a Hume nos seguintes termos:

“embora todo o nosso conhecimento comece com a experiência, isso não significa que proceda todo da experiência.”


Kant não duvida da existência de conhecimentos científicos e por isso não perguntará se é possível o conhecimento, mas como é possível o conhecimento.

Trata-se de esclarecer as condições de possibilidade de um facto (o conhecimento científico) e não de mostrar se há ou não conhecimentos científicos.



A forma como organiza o seu pensamento passará pela resposta às seguintes questões:



1. Qual a origem do conhecimento e como começa?

2. O que o torna objectivo?

3. Quais as faculdades envolvidas no processo cognitivo e que papel desempenham?

4. O que posso conhecer e quais os limites do conhecimento?


A Crítica da Razão Pura, é uma obra que pretende educar a razão, na medida em que, o facto da razão ter um valor seguro, não significa que nela devamos confiar em todos os seus caminhos.

(Crítica ao dogmatismo cartesiano).



v É essencial limitar o seu uso objectivo ou seja aquilo pelo qual ela nos conduz a um conhecimento seguro.

v Para estabelecer os limites da razão temos de procurar as fontes do conhecimento distingui-las e relacioná-las:

Ø Conhecimento científico tem duas fontes:

1 sensibilidade

2 Entendimento


N.B.: Ambas indispensáveis ao conhecimento, não têm primazia uma sobre a outra.


1 . A sensibilidade intui ou dá o que há para conhecer: os fenómenos.

Intuição sensível a matéria ou conteúdo.



N.B.: O conhecimento começa com a experiência. É a sensibilidade que nos dá objectos para conhecer.

O que intuímos é já o resultado de uma primeira síntese designada por fenómenos. O fenómeno é já trabalhado pelos conceitos puros de tempo e espaço.



2. O entendimento conhece os fenómenos. Estabelecendo entre eles relações necessárias (leis). O fenómeno é a forma lógica do conhecimento.



Isto quer dizer que há condições a priori e que o sujeito desempenha um papel activo no processo de conhecimento não se limitando a receber passivamente o que percebe.

Dirá, por outro lado, aos racionalistas que é verdade que o sujeito traz algo de si – o espaço e o tempo mas que isso sem a experiência nada é.

Conhecimento e a racionalidade científica e tecnológica.


1. Descrição e interpretação da actividade cognoscitiva.
1.2. Análise comparativa de duas teorias explicativas do conhecimento.

Emanuel Kant


Nascimento: 22 de Abril de 1724, em Königsberg.

Falecimento: 12 de Fevereiro de 1804, em Königsberg.

Nacionalidade: Alemão.

Religião: Protestante.

Campo(s): Filosófico do iluminismo.

Conhecido por: Teoria do conhecimento, epistemologia, metafísica, ética.

Cônjuge(s): Criticismo, Idealismos transcendentais, Imperativo categórico.


Assinatura:



As três obras de Kant mais distintas são:



As questões:

· O que posso fazer? – problema do conhecimento verdadeiro

· O que posso saber? – problema ético

· O que me é permitido esperar (se faço o que devo fazer?) – problema da religião.


As questões da filosofia do conhecimento são as que põem o problema da:

· A origem do conhecimento (fontes).

· Possibilidade e natureza do conhecimento.

· O valor do conhecimento.

Kant reflecte sobre elas na crítica da razão pura.

Uma via conciliatória:

Perante a resposta de David Hume à possibilidade do conhecimento e à sua natureza que não passa de provável e de subjectiva, (cepticismo) e o racionalismo de origem cartesiana (dogmatismo), Kant tenta encontrar um meio termo que procura conciliar, através de uma síntese o racionalismo e empirismo humeano.

Kant ultrapassou a dicotomia resultante das duas posições anteriores:


1. A fonte do conhecimento é a razão – racionalismo.

2. Todo o conhecimento tem origem na experiência – empirismo.


Racionalismo

Dogmatismo

Empirismo

Cepticismo

Questões

Resposta de Hume

Resposta de Kant

De onde provém o nosso conhecimento? (origem das ideias)?

Experiência

Experiência

Como procede o nosso espírito para raciocinar e constituir os nossos conhecimentos? (associação de ideias)

Experiência

Hábito (fundado na experiência)

Percepção

Categorias a priori do entendimento

Como saber se determinada representação corresponde a um verdadeiro conhecimento e não a um pseudo conhecimento sem conteúdo? (validade das ideias)

Experiência

O conteúdo objectivo de uma ideia é verificável a partir de tantas experiências sensíveis quando as necessárias para o efeito. (inferência causal)

O conhecimento resulta da conjunção entre sensibilidade e entendimento.

Para David Hume:

· Não é possível conhecer mais do que aquilo que os sentidos e a memória nos oferecem.

· Não é possível um conhecimento universal e necessário, porque não nos é dado pela experiência.

quinta-feira, fevereiro 04, 2010

Matriz do 1º teste do 2º Período 11ºano

Escola Secundária José Cardoso Pires

R. Vergílio Ferreira, Torres da Bela Vista

2660-350 SANTO ANTÓNIO DOS CAVALEIROS


Ano Lectivo 2009/2010 - 11ºAno

Matriz do 1ºteste de Filosofia do 2º Período

Unidade II - O Conhecimento e a Racionalidade Científico - Tecnológica

Capítulo 1 - O que é o Conhecimento

Capítulo 2 – Teorias explicativas do conhecimento


Objectivos

Cap.1

1. Identificar diversos tipos de conhecimento.

2. Compreender quais são as condições necessárias para que haja conhecimento.

Cap. 2

1. Distinguir o empirismo de racionalismo.

2. Compreender porque razão Hume é empirista

3. Explicar em que consiste a análise que Hume faz do conceito de causa.

4. Comprender que essa análise conduz ao cepticismo quanto à objectividade desse conceito, mas que esse cepticismo é mitigado.


Conteúdos

Cap 1.

1. Tipos de Conhecimento

2. O conhecimento proposicional

2.1 Que condições são necessárias para haver conhecimento?

2.2 Formas de justificação do conhecimento

Cap.2

1. O empirismo de David Hume

1.1 Impressões e ideias são o conteúdo do conhecimento.

1.2 Tipos de conhecimento: relações de ideias e questões de facto

1.3 Os conhecimentos de facto e a relação de causalidade.

1.3.1 O problema da existência do mundo exterior.



Estrutura e Cotações

8 questões de escolha múltipla (10X8=80 pontos)

4 questões de desenvolvimento (30X4=120 pontos)


Critérios

Estrutura e correcção da linguagem.

Adequação da resposta à questão.

Domínio e estruturação dos conteúdos.


Matriz da ficha de Avaliação do Prof. Paulo Medeiros

25/01/2010

Conteúdos

Cap. 1
1. Tipos de Conhecimento.

· Conhecimento proporcional/ conhecimento de verdades. (Saber que Londres é a capital de Inglaterra.)

· Conhecimento prático ( A Carla sabe nadar).

· Conhecimento por contacto/ conhecimento de objectos (Conhecer pessoalmente algo ou alguém. Eu conheço Paris.)


2. O conhecimento proposicional.


2.1. Que condições são necessárias para haver conhecimento?

Para haver conhecimento é necessário a verdade, a crença e a justificação.

Por isso que se diz que o conhecimento é uma crença verdadeira e justificada, isto é, sustentada por boas razões.


2.2 Formas de justificação do conhecimento.

Há 2 formas de justificar o conhecimento:

· A justificação que se faz independentemente da experiência e que recebe o nome de conhecimento a priori.

· A justificação que se baseia na experiência a posteriori.

Cap. 2

1. O empirismo de David Hume.

1.1. Impressões e ideias são o conteúdo do conhecimento.

· Os pensamentos ou ideias são percepções da mente menos intensas e vivas.

· As impressões são menos intensas das quais somos conscientes quando reflectimos sobre as sensações ou movimentos.

1.2. Tipos de conhecimento: relações de ideias e questões de facto.

· As relações de ideias são conhecimentos a priori, não dependem ter experiência para afirmar a sua existência.

· As questões de facto são conhecimentos a posteriori, que para chegar a esse conhecimento é preciso passar pela experiência.

1.3. Os conhecimentos de facto e a relação de causalidade.

Os conhecimentos de facto baseiam-se sobretudo no raciocino indutivo e na relação causa - efeito. Um dos acontecimentos é causa e outro é efeito. O efeito sucede à causa. A relação de causalidade é uma conexão ou ligação necessária entre acontecimentos, ou seja, quando acontece A tem de acontecer B. Exemplo: Um determinado aumento de temperatura A é a causa da dilatação de certos corpos B.

1.3.1. O problema da existência no mundo exterior.

Hume explica que a nossa mente conhece as suas próprias percepções que pode constituir prova de que algo tem uma existência contínua e independente fora de nós. Mas o facto de não se poder justificar racionalmente a existência do mundo externo, Hume não nega a sua existência.

sábado, janeiro 23, 2010

Relações de Ideias e conhecimentos de facto.

Relações de Ideias

Conhecimento de facto

São conhecimentos a priori.

A verdade das proposições e a coerência dos argumentos que combinam relações de ideias não dependem do confronto com os factos ou com a experiência.

São conhecimentos a posteriori.

A verdade de proposições que se referem a factos depende de exame empírico.

As relações de ideias são verdades necessárias.

Exemplo: O triângulo é um polígono de três ângulos.

A sua negação é contraditória. É logicamente impossível a sua negação.

A verdade das proposições de facto é contingente.

Exemplo: O Sol vai nascer amanhã.

Esta proposição é contingentemente verdadeira. Não é logicamente impossível que o Sol não nasça amanhã, apesar de ser muito pouco provável.

As proposições que exprimem e combinam relações de ideias não nos dão qualquer conhecimento sobre o que se passa no mundo.

As proposições que se referem a factos visam descobrir coisas sobre o mundo e dar-nos conhecimentos sobre o que neste existe e acontece.

Bibliografia: Rodrigues, Luís, Filosofia, Lisboa, Plátano Editora