· Kant contrapõe a Hume nos seguintes termos:
“embora todo o nosso conhecimento comece com a experiência, isso não significa que proceda todo da experiência.”
Kant não duvida da existência de conhecimentos científicos e por isso não perguntará se é possível o conhecimento, mas como é possível o conhecimento.
Trata-se de esclarecer as condições de possibilidade de um facto (o conhecimento científico) e não de mostrar se há ou não conhecimentos científicos.
A forma como organiza o seu pensamento passará pela resposta às seguintes questões:
1. Qual a origem do conhecimento e como começa?
2. O que o torna objectivo?
3. Quais as faculdades envolvidas no processo cognitivo e que papel desempenham?
4. O que posso conhecer e quais os limites do conhecimento?
A Crítica da Razão Pura, é uma obra que pretende educar a razão, na medida em que, o facto da razão ter um valor seguro, não significa que nela devamos confiar em todos os seus caminhos.
(Crítica ao dogmatismo cartesiano).
v É essencial limitar o seu uso objectivo ou seja aquilo pelo qual ela nos conduz a um conhecimento seguro.
v Para estabelecer os limites da razão temos de procurar as fontes do conhecimento distingui-las e relacioná-las:
Ø Conhecimento científico tem duas fontes:
1 sensibilidade
2 Entendimento
N.B.: Ambas indispensáveis ao conhecimento, não têm primazia uma sobre a outra.
1 . A sensibilidade intui ou dá o que há para conhecer: os fenómenos.
Intuição sensível a matéria ou conteúdo.
N.B.: O conhecimento começa com a experiência. É a sensibilidade que nos dá objectos para conhecer.
O que intuímos é já o resultado de uma primeira síntese designada por fenómenos. O fenómeno é já trabalhado pelos conceitos puros de tempo e espaço.
2. O entendimento conhece os fenómenos. Estabelecendo entre eles relações necessárias (leis). O fenómeno é a forma lógica do conhecimento.
Isto quer dizer que há condições a priori e que o sujeito desempenha um papel activo no processo de conhecimento não se limitando a receber passivamente o que percebe.
Dirá, por outro lado, aos racionalistas que é verdade que o sujeito traz algo de si – o espaço e o tempo mas que isso sem a experiência nada é.